ZÉ DE CAZUZA, O GRAVADOR HUMANO


Muito antes de existir pelos sertões do Nordeste o gravador de fita, já existiam os gravadores humanos: homens com rara memória capazes, por exemplo, de numa cantoria entre dois violeiros repentistas, armazenarem os melhores versos para depois declamá-los ou publicá-los em forma de literatura de cordel. Um dos mais famosos ainda está vivo e gravando tudo o que ouve. Chama-se Zé de Cazuza, que no ano passado foi tema de extensa matéria no Fantástico. Foi ele que numa cantoria gravou esta famosa sextilha num improviso de Lourival Batista, o grande Louro do Pajeú:

Eu já não suporto mais
Do tempo tantas revoltas
Prazer, por que não me prendes?
Mágoa, por que não me soltas?
Presente, por que não foges?
Passado, por que não voltas?

Colaborador: Abílio Neto, pesquisador recifense.
foto: pccn.wordpress.com

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