GRAVADOR HUMANO
POESIA
ZÉ DE CAZUZA
ZÉ DE CAZUZA, O GRAVADOR HUMANO
Muito antes de existir pelos sertões do Nordeste o gravador de fita, já existiam os gravadores humanos: homens com rara memória capazes, por exemplo, de numa cantoria entre dois violeiros repentistas, armazenarem os melhores versos para depois declamá-los ou publicá-los em forma de literatura de cordel. Um dos mais famosos ainda está vivo e gravando tudo o que ouve. Chama-se Zé de Cazuza, que no ano passado foi tema de extensa matéria no Fantástico. Foi ele que numa cantoria gravou esta famosa sextilha num improviso de Lourival Batista, o grande Louro do Pajeú:
Eu já não suporto mais
Do tempo tantas revoltas
Prazer, por que não me prendes?
Mágoa, por que não me soltas?
Presente, por que não foges?
Passado, por que não voltas?
Do tempo tantas revoltas
Prazer, por que não me prendes?
Mágoa, por que não me soltas?
Presente, por que não foges?
Passado, por que não voltas?
Colaborador: Abílio Neto, pesquisador recifense.
foto: pccn.wordpress.com
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