MEMÓRIAS DA NOSSA GENTE: NOÉ DO BAR

Um dia, várias famílias procuraram o Sr. Noé, Delegado de Arcoverde.
- Virgem, "Seu" Noé, que ninguém pode passar na frente do "Beco do Bacurau", com tanta "mulher-dama" dizendo palavrão. Só o senhor vendo aquela miséria.
"Seu" Noé pediu às queixosas que regressassem aos lares, na certeza de que ele, "autoridade até debaixo d´água", tomaria as medidas.
E no outro dia, logo cedo, mandou pregar umas cortinas de chita, à entrada do "Beco do Bacurau". Estava salva a moralidade pública da terra.

Era assim o Delegado Noé Nunes Ferraz, sertanejo de Serra Talhada e que, ainda hoje, passando dos 80 anos, lá está, dirigindo o seu bar famoso, vendendo linguiça assada, cerveja gelada, coalhada e queijo, côco-da-praia e garrafas de "mel-de-uruçu", sorvetes e vassouras de "côco-catolé", de uma atividade espantosa, parecendo feito de "miolo de baraúna".

Trecho do prefácio do Livro Minha Cidade, Minha Saudade (Luis Wilson, Ed. Universitária, Recife, 1972), escrito por Luis Cristóvão dos Santos. Luiz Wilson (1917-1987) era filho de "Seu" Noé.

"Seu" Noé, no famoso bar
Foto do acervo da família

Comentários

Postagens mais visitadas