OS TAMANCOS DO SAMBA DE COCO SÃO TEMA DE EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA EM ARCOVERDE
Começou ontem e segue até 16 de abril, no espaço
ComunicaArte em Arcoverde, Sertão do Estado, a exposição fotográfica “Tamancos” da fotógrafa e blogueira Amannda Oliveira. A
mostra reúne 36 fotos coletadas nos últimos 03 anos para documentar a tradição
do Samba de Coco e a sua renovação de geração a geração e através dos novos
grupos. “Essa exposição busca fazer essa viagem no tempo através dessa arte
centenária passando pela sua origem, as transformações além do tempo, e é
claro, buscar valorizar ainda mais essa arte, cuja batida é única e tem como
característica o trupé dos tamancos na percussão, criados pelo saudoso Lula
Calixto”; destaca Amannda Oliveira.
A exposição fica aberta ao público das 14 às 18h de segunda a sábado e pode ser vista através de um passeio virtual no Instagram da exposição @expotamancos com acessibilidade em libras.
A apresentação da exposição é feita por Marcia Moura, professora, ativista cultural e pesquisadora de cultura popular.
Apresentação
da Exposição:
Há mais de um século, uma gente abençoada pelo Sol do Sertão, cultiva a dança encantatória do Samba de Coco e do Trupé, juntando mestres e brincantes que se achegavam da Zona Rural de Arcoverde, Buíque e Águas Belas, trazendo no corpo e na alma, os símbolos rituais dos povos indígenas sertanejos, e dos quilombolas espalhados pela região, que na Batalha, ou no Sitio Coqueiro, durante as novenas do mês de maio, nas casa de taipas e nos terreiros, que tinham como costume, rezar, cantar benditos e ao término da novena, guardar os santos, fechar os oratórios e começar a sambada de coco, puxada pelas mestras e mestres, com seus ganzás, improvisados com latas e por palmas de mãos , levando os participantes a celebração da vida e da cultura popular. Na pisada do Coco e do Trupé, no chão de barro batido ou de cimento das casas. Ao longo dos anos, os instrumentos e repertório , foram ricamente elaborados, e com palco, figurinos e shows, bem caprichados, tornaram mundialmente conhecida a batida do surdo de Biu Neguinho; marca inconfundível do Samba de Coco arcoverdense. Junto, com o som percussivo dos tamancos, usados pelos jovens dançarinos, que levam as plateias envolvidas nos espetáculos a experimentarem um verdadeiro transe....
Amanda
Oliveira, fotógrafa sensível e apaixonada pelas nossas tradições, nos
presenteia com uma rica memória afetiva, revelando o cotidiano das mestras,
mestres, e herdeiros do samba de coco, fazedores de cultura, de festas e
alegria, celebrando a vida com beleza e resistência, mostrando as brincadeiras,
que fazem acontecer, nos seus terreiros, nas casas, escolas, praças e palcos da
nossa terra, sem se deixar abater pelas ausências físicas ou pela falta de
politicas culturais mais atentas e presentes, bem como da cultura de massa que
tenta sufocar artistas e arte popular.
Amanda
Oliveira ilumina nossos sentidos, com formas, cores, e o som da percussão dos
tamancos nos tablados e nos palcos da vida, que se expressam e evoluem como
mais um instrumento do Samba de Coco e nos convida a apreciar a beleza de quem
fez, faz, viveu, vive e resiste na arte do povo arcoverdense, para o Brasil e o
mundo.
A tradição
se perpetua e reacende sua chama com as crianças e jovens do Samba de Coco das
Irmãs Lopes, Samba de Coco Trupé e Samba de Coco Raízes de Arcoverde e em mais
outros que estão e que virão inspirados na força dos cantos e danças dos
terreiros sagrados da COHAB I, São Miguel e Alto do Cruzeiro.
Um salve
para Amanda Oliveira, para os TAMANCOS, para Ivo Lopes e Lula Calixto (in memorian),
para as mestras, para os mestres e brincantes da nossa mais forte tradição!
Sobre a fotógrafa:
Amannda Oliveira é historiadora, fotógrafa, blogueira e contadora de histórias. Acompanha grupos de cultura popular na cidade de Arcoverde há mais de 10 anos, um amor e trabalho que veio com as matérias que criava para o Blog Falando Francamente. A fotógrafa realizou recentemente a exposição “ A Magia da Folia dos Bois e dos Ursos” e em 2019 ganhou destaque com a “Exposição Olhares do Cecora” que mostrava a maior feira livre de Arcoverde.
Ficha técnica:
Fotografias - Amannda Oliveira
Curadoria- Givaldo Silva (Bob)
Texto de Apresentação – Márcia Moura
Coordenação Geral - Amannda Oliveira
Montagem – Givaldo Silva (Bob)
Ilumninação – Iluminar Produções
Edição de imagens: Willy Vila Nova Pessoa
Trilha Sonora – Samba de Coco de Arcoverde direção de fotografia
Voz Amanda Lopes
Designer Gráfico – Arthur Stiven
Tradução em Libras – Maria Claudia Silva
Serviço:
Exposição Tamancos
Período: até 16 de abril
Horário: Das 14 às 18h
Local: ComunicArte – Avenida Zeferino Galvão, n.º 192 ( Próximo a Estação da Cultura)
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