PAPAGAIO NO ARAME, MATÉRIA DO JORNAL DO COMÉRCIO

Premio
Pernambucano desbanca cariocas em concurso de marchinhas


Fábio Simões levou o Prêmio Mario Lago com Papagaio no Arame



Fábio Simões Ferreira, arcoverdense há muitos anos no Recife, levou o primeiro lugar no Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas, na Fundição Progresso com Papagaio no arame, ganhando o premo Mario Lago, a quem o concurso foi dedicado este ano, mais R$15 mil. Valéria Wanda, vocalista da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, defendeu a música, na finalíssima realizada domingo, no palco da Fundição Progresso, na Lapa carioca. Funcionário da fazenda estadual, Fábio, 39 anos, é um compositor quase inédito. Até então apenas três músicas suas tinham sido gravadas no disco de estreia do sanfoneiro Cezzinha. Elba Ramalho, conta ele, vai incluir em seu próximo disco, mais outra, Forró brasileiro.

Ele conta que quando viu o na TV que as inscrições estavam abertas para o concurso, fez Papagaio no arame especialmente para concorrer: “Mas não achava que fosse ganhar. Claro que tinha esperança, porém senti que a música foi crescendo aos poucos, e caiu no gosto do público (teve 43% dos votos de telespectadores do Fantástico)”. Valéria Wanda tinha mais ou menos a opinião do compositor: “Quando ficou entre as finalistas passei a fazer mais fé””, comenta a cantora, que participou do Concurso de Música Carnavalesca da Prefeitura, em novembro passado, mas a música que defendeu não foi classificada.


A vice-campeã foi Temporal de cachaça, de autoria do mineiro Leandro Almeida, que contou com a maior e mais animada torcida organizada do baile. Já o terceiro lugar ficou com Tudo dói, de autoria dos dois grandes personagens da noite: Darcy Maravilha e Sérgio Folea. Mas Fábio Simões fez por onde ganhar. Além de ter feito letra e música, ele e a namorada, Marcela, foram sua própria torcida organizada: “Enquanto as músicas classificadas para a final iam sendo interpretadas, eu e ela segurávamos a faixa com o nome da minha música. Quando Valéria Wanda começou a cantar, foi a última da noite, a gente não parou de gritar, e Roberto Cruz nos ajudou. Quando saiu o resultado, endoidei, corri para o palco e caí no frevo”, conta o compositor, que repetiu o feito do compositor Nelson Ferreira, há 550 anos, quando Evocação foi a música do carnaval carioca, e do brasileiro. Na época a música carnavalesca tocava no rádo do país inteiro. O concurso de músicas de carnaval do Rio, já existe há sete anos, mas ainda não emplacou um sucesso nacional.


Publicado em 07/02/2012, às 08h24

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